Perceber a importância da responsabilidade e do planeamento nas organizações, e praticá-las de forma empenhada e permanente, não é fator suficiente para se atingir o sucesso.

De volta a este assunto que iniciei em dezembro, e após uma abordagem à geração Millennium, aquela com a qual caminhamos hoje em conjunto nas organizações, falta agora fazer alguns apontamentos sobre o tema da sucessão, a outra parte importante e muito significativa na caminhada. Afinal, se os sucessores e os sucedidos não souberem caminhar em conjunto a liderança é posta em causa. Sem liderança não existe caminho, sem caminho não existe rota e sem rota não é possível implementar a estratégia necessária que permite à empresa caminhar em segurança em direção ao seu objetivo final cuja visão do líder ou líderes* é o ponto de chegada.

Segundo informação publicada recentemente por uma conceituada universidade portuguesa, em terras lusas, as empresas familiares representam cerca de 80% do tecido empresarial e contribuem para 60% da empregabilidade. Metade das empresas familiares não passa para a segunda geração e apenas 20% atinge a terceira.

 

A sucessão nas empresas, independentemente do seu tamanho ou objeto social, é, atrevo-me a dizer, um dos temas mais importantes para a sustentabilidade das PME e, como tal,  para a economia do país.

 

A sucessão é uma matéria delicada, uma vez que envolve pessoas (emoção), gestão e direção empresas (muita racionalidade) e família (emoção ao rubro, direito de propriedade, sentido de posse). Vale, portanto, a pena, na minha opinião, discutir exaustivamente o assunto de forma franca e aberta, desmistificando, clarificando, refletindo e sugerindo caminhos.

 

Quem possui empresas sabe que a gestão económica e financeira não é um processo somente técnico. Seja para PME ou para Micro empresas, os ERP que o mercado oferece estão a preços muito acessíveis e permitem, do ponto de vista técnico, uma tal fiabilidade, que transformam a gestão numa função simples de desempenhar.

 

A gestão nas empresas, no atual oceano de conhecimento em que nos movemos (global, dinâmico, surpreendente, imprevisível) é, fundamentalmente, um método de gestão de pessoas e de processos. Para ter bons processos, mesmo recorrendo a sistemas de elevado nível de automatização ou de robotização, é necessário ter boas pessoas. “Pessoas certas no lugar certo!”- algo que tem que acontecer desde o topo, pois é daí que tem que vir o exemplo que o resto da empresa segue.

 

O sucesso da gestão das pessoas depende da exponenciação de resultados que o trabalho de equipa permite. Tal, por sua vez, depende de mecanismos de responsabilização individual e de sistemas bem elaborados que premeiam, por um lado, o mérito do desempenho individual e, por outro, o desempenho da equipa.

 

* Situação possível desde que estes estejam devidamente alinhados com a visão.

 

Continua…

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