Na sequência do meu anterior artigo, continuo a abordagem ao tema geração Millennium.

 

Caminhar em conjunto é, em princípio, mais fácil nesta geração do que na antecedente, dado que, apesar de mais individualistas, estas pessoas estão, à partida, mais disponíveis para trabalhar em equipa.

Têm necessidade de se sentir parte integrante de grupos, uma vez que proveem, maioritariamente, de famílias pequenas com poucos ou sem irmãos.

A geração Millennium cresceu com a tecnologia. É comum terem os seus quartos cheios de aparatos tecnológicos. Foram criados em escolas e creches cercadas de segurança e grades. São e/ou foram crianças que viajam com telemóveis e que têm acesso à internet. Os jovens da GM são pessoas que acreditam no seu potencial de trabalho, dedicam-se, significativamente, a progredir e estão sempre prontos a investir cada vez mais em si. São jovens muito exigentes consigo mesmo, com a sua aparência, com o conhecimento, com os valores.

 

O seu maior desafio é a inserção no mercado de trabalho. Isto assusta-os bastante, dado o alto índice de desemprego e a crise económica atuais. E esta falta de perspectiva profissional gera insegurança e ansiedade.

Estes jovens receiam não conseguir uma boa colocação no mercado e de não conseguir manter-se, nem manter o padrão de vida que os seus pais lhes deram.
A GM é uma geração que demora a sair de casa dos pais, investe muito na sua carreira e tem o sonho de construir uma família, mas sempre numa perspectiva futura, sem um projeto muito concreto, à semelhança do que acontece com a sua carreira.

No plano pessoal, temem o futuro já que, para eles, a realidade atual se apresenta caótica e violenta.

Por um lado, mostram-se, frequentemente, rígidos em relação a padrões de conduta. No extremo oposto, são pessoas absolutamente sem limites, sem rumo e sem valores éticos.

 

A GM é uma geração criada por pais que viveram a grande repressão da ditadura militar. Estes pais -geração X- foram criados por progenitores que exerciam o direito da paternidade com regras estabelecidas e rígidas, com grande exigência ao nível do seu cumprimento.

A geração X, enquanto jovens, desejava sair da casa dos seus pais e ter sua independência. Contrariamente, os jovens da geração Millennium preferem usufruir do bónus que a facilidade da casa dos pais proporciona.

Esta geração é ciosa dos seus direitos, mais do que obrigações e responsabilidades.

Aos 10 anos já fazem piadas sexuais. A primeira relação sexual acontece por volta dos 16 anos e, um em cada dez jovens, não se previne durante o sexo.

Nesta geração, a vida privada perde fronteiras, surgem inúmeros sites de relacionamento – Twitter, Facebook, Instagram.

Mantêm relações com o mundo, mantém amizades por anos, sabem da vida uns dos outros. Falam com o mundo todo ao mesmo tempo, as informações e a comunicação são rápidas, eficientes, curtas e acessíveis a todos. O contato interpessoal é muito fácil mas, quase sempre, superficial.
Entre as pessoas desta geração, o virtual ganha grandes dimensões, perdendo-se o palpável, a dimensão pessoal duradoura. A dimensão temporal é, maioritariamente, o aqui e o agora, prevalecendo o imediatismo, em detrimento do futuro, muito distante.

 

Termina no próximo artigo.

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