As empresas de hoje tem necessidade absoluta de melhor saberem trabalhar nesta teia da digitalização integral em que o mundo se transformou. Essa é a principal razão que torna ainda mais pertinente a qualificação contínua dos seus quadros, de modo que estes possam adaptar-se às novas e rompedoras práticas que esta digitalização de conhecimento e processos promove todos os dias. Essas práticas são o principuo do projeto que se transformará na indústria do amanhã que, a curto prazo, será suportada no “ciberespaço” e na automatização dos processos produtivos no seu limite máximo, em prol da “produção zero-defeitos”.

Esta indústria exigirá um ambiente de confiança e de segurança informática e um ambiente que obriga à gestão fidedigna da informação.

A fábrica do futuro será repleta de sensores e de monitorização e comunicará e operará de forma automática entre softwares e sistemas computacionais. A fábrica que está a chegar promove novos modelos de negócio e exige o reforço do trabalho e do conhecimento em rede como forma de responder às novas funções digitais e de comunicação dos produtos (“a Internet das Coisas”). Esta será uma fábrica que exigirá novas competências e a requalificação dos Recursos Humanos, nomeadamente quanto à articulação dos conhecimentos de mecânica, de informática, de mecatrónica e de automação, bem como de eletrónica de gestão e outros assuntos relacionados.

Esta revolução levará ao aumento da eficiência da economia, com a diminuição generalizada dos custos de produção, e a um maior desenvolvimento do conceito de economia circular (reciclagem), mais eco-eficiente, mais verde e mais responsável socialmente.

No século XVIII, com a criação da máquina a vapor, deu-se o primeiro passo para o desenvolvimento da Indústria, iniciando-se a Primeira Revolução Industrial. Com Henry Ford, em 1913, deu-se o arranque da Segunda Revolução Industrial com a introdução das linhas de montagem que aumentaram, significativamente, a produtividade e a eficiência das empresas. A Terceira Revolução Industrial foi desencadeada com a introdução do computador, nos anos 70, promovendo a automatização da produção substituindo, gradualmente, o trabalho manual de baixo valor acrescentado e incrementando, consideravelmente, a produtividade das empresas.

Estamos agora perante o surgimento da Quarta Revolução Industrial, suportada na “digitalização da indústria”, que passou a ser, de uma forma generalizada, denominada de “Indústria 4.0”.

Em 2012, o governo alemão decidiu formar um grupo de trabalho para projetar a estratégia de recomendações para implementar na Alemanha a “Indústria 4.0”. O objetivo é claro: a fabricação com domínio pleno dos processos produtivos, mitigação de erros e domínio metrológico ao longo da cadeia de produção, contribuindo para a redução generalizada dos custos e melhoria da eficiência dos processos.

Hoje esta estratégia de desenvolvimento. Não é mais uma visão, mas um processo no qual o governo americano está também a investir biliões.

Na Europa e no resto do Mundo, as empresas estão, crescentemente, a comprometer-se com o estabelecimento de instrumentos de política que contribuam para apoiar a sua implementação de uma forma transversal e generalizada.

Esta revolução, torna necessária a adaptação das pessoas, dos processos e dos produtos. Os desafios são variados e obrigam ao profundo desenvolvimento de competências, à integração dos recursos num mapeamento conducente à criação de valor e otimização da oferta, interligados a redes de conhecimento e inovação. Os ajustes necessários às cadeias produtivas, à comunicação e às relações com fornecedores e clientes, serão fundamentais à nova orgânica da envolvente e tendências de mercado.

O maior impacto de uma revolução industrial são as alterações na sociedade e países. Cada revolução industrial trouxe mudanças profundas às condições de trabalho, ao PIB, nas funções existentes, no nível cultural da população, na economia mundial e no surgimento de inovações tecnológicas. Portanto, a preparação e antecipação das transformações será fundamental para que a adaptação seja harmoniosa.

O Portugal 4.0 já chegou, estejamos atentos e lutemos para estar na linha da frente.

José Ferraz,

Tintas Rikor, GL coating solutions sgps SA.

Com a colaboração de Nuno Miranda, da Constálica  SA

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