A madeira é um material renovável cujas propriedades físico-mecânicas e anatómicas a tornam um material muito versátil. Quando comparada com outros materiais, nomeadamente o betão, o plástico, o aço ou o alumínio, a madeira apresenta uma série de vantagens: a beleza e a alta resistência mecânica, bem como um baixo consumo energético no seu processamento, uma vez que é fácil de trabalhar e moldar. Os seus principais constituintes são: a lenhina – 20 a 28%, a celulose – 70 a 75% e os extratáveis (taninos, gorduras…) – 3 a 5%.

À semelhança de outros materiais, também a madeira sofre degradação específica por ação dos agentes atmosféricos e ambientais. Não obstante, as suas excelentes propriedades isolantes térmicas, bem como a resistência à corrosão por agentes salinos, tornam-na o material de eleição para uso em ambientes marítimos.

A madeira e seus derivados são sensíveis não só aos raios ultravioleta do sol e ao desgaste por abrasão da chuva e dos ventos, mas também aos ataques dos microrganismos e insetos. Quando a madeira é sujeita a elevada exposição solar, seja direta ou indiretamente, por exemplo através de vidros, fica sujeita a uma acelerada mudança da sua estrutura, sendo mais acentuada no exterior, pois à ação do sol acrescenta-se a do vento e a das chuvas.

É a lenhina o componente da madeira que lhe confere rigidez, impermeabilidade e resistência aos ataques de fungos e algas. Não sendo devidamente protegida, como produto natural que é, a lenhina e, consequentemente, a madeira envelhecem, perdendo propriedades tanto estéticas, como mecânicas.

A degradação da lenhina torna-se visível quando um subproduto da reação, de cor cinzenta, se começa a manifestar. Os raios ultravioleta emitidos pela luz solar são um dos responsáveis por esta transformação que vai mudando a cor da madeira para um tom acinzentado que, continuando por tratar, acaba em decomposição. Existem, como referimos mais à frente, formas de a proteger contra este dano.

 

O caruncho, as térmitas e outros xilófagos são também sérios agentes destruidores da madeira. Estes insetos nutrem-se basicamente de celulose e, como tal, atacam a madeira muito no seu interior. De tal forma, que a sua presença dificilmente é percebida e embora o exterior permaneça intacto, o interior poderá estar quase integralmente destruído.

 

O pior ambiente para a madeira é aquele que conjuga sol, vento e chuva com ataques por xilófagos. Contudo, existem madeiras que têm uma maior capacidade natural de resistir, quer aos ataques dos agentes atmosféricos, quer aos dos xilófagos. No grupo das mais resistentes encontram-se, entre outras, as madeiras de afzélia, ipê, tatajuba, jatobá, riga, cedro, teca e kambala escura. Para a utilização em carpintaria interior e mobiliário, excetuando os soalhos, raramente se empregam madeiras resistentes a intempéries, sendo as mais usadas, e sofrendo a influência de tendências de moda: o carvalho, a nogueira, a faia, a cerejeira, o mógno e tantas outras espécies, ora em maciço, ora em derivados aglomerados ou folheados.

Uma visita a um motor de busca na internet revela ampla informação sobre os diferentes tipos de espécies e suas aplicações, quer no interior, quer no exterior.

 

Em suma, a madeira e os seus derivados são materiais sustentáveis e de baixa pegada de carbono. São materiais nobres, quentes e duráveis, facilmente moldáveis e, por isso, requerem baixo consumo energético na sua transformação.

Como qualquer outro material natural, a madeira exige cuidados e proteção que, sendo bem feitos, podem prolongar a sua vida durante séculos.

A proteção, o embelezamento, a alteração de cor dos diferentes tipos de madeiras, bem como, em particular no caso das de exteriores, a sua proteção contra as intempéries, os fungos, as algas e os xilófagos podem ser feitos com diferentes tipos de tratamentos químicos e físicos, manuais ou industriais, que facilmente se aplicam.

Sobre os produtos disponíveis, bem como, as suas diferentes e adequadas formas de aplicação, iniciaremos um conjunto de variadas partilhas e conselhos a partir do meu próximo artigo.

Fiquem bem!

Estamos Juntos!

 

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