A madeira é um material renovável que contribui positivamente para a conservação ambiental e estabilidade do clima, pelo facto de ser um captador e reservatório natural do principal gás com efeito de estufa – o dióxido de carbono. Adicionalmente, a madeira requer muito pouca energia para a sua transformação em produtos finais, tem um bom desempenho térmico e estrutural, é reciclável e reutilizável.

A utilização em larga escala da madeira em objetos de longo período de vida útil, como por exemplo a construção, e na condição de ter origem em florestas certificadas e sustentadas, contribui para a eliminação do dióxido de carbono ao mesmo tempo que evita a utilização de outros materiais, altamente consumidores de energia na sua fabricação e, consequentemente, emissores brutos de dióxido carbono para a atmosfera.

Resultante de uma prodigiosa atividade vital, a madeira reflete os “mistérios” biológicos que determinam a sua formação e sintetiza todas as singularidades que personalizam os indivíduos e, maravilhosamente, os identificam. É, por isso, um material imprevisível, surpreendente, vivo, mutável, quente e muito agradável para os sentidos.

O processo de preparação:

Antes de estar pronta a usar em mobiliário ou carpintaria a madeira passa por vários processos de preparação.

Depois de serrada na floresta é transportada em troncos para as serrações, nas quais, entram em charriots (https://www.youtube.com/watch?v=tpoqb1DZHA8). que os descascam e serram na longitudinal, transformando-a em tábuas e tabuões. Escolhidas as melhores tábuas, a madeira segue depois para centros de secagem. Os resíduos da descasca e da otimização seguem para ser usados como fonte de energia ou para fabricação de aglomerados.

A secagem é um processo complexo. Tem início no momento da colheita arbórea quando os teores de humidade são da ordem dos 100%. Para compreender o mecanismo da secagem da madeira é necessário conhecer as duas formas como a água se distribui no interior do tronco acabado de serrar:

– água livre: aquela que preenche o vazio das células vegetais. Tem essa designação porque não está ligada à madeira nem física, nem quimicamente.

– água de ligação: aquela que se encontra no interior das paredes celulares, formando pontes de hidrogénio com os polímeros naturais que a constituem.

A água livre vai-se escoando para o meio ambiente, até que a madeira atinge o ponto de saturação, momento em que o lúmen das células fica completamente vazio, deixando a madeira com 25 a 30% de humidade.

A posterior secagem, natural ou forçada, visa atingir o equilíbrio de humidade com o ambiente onde ela se encontra. Abaixo do ponto de saturação das fibras, a extração de água por processos mecânicos pode atingir, se assim se desejar, até 0% de humidade.  Na realidade tal nunca acontece, a não ser por acidente, dado que basta a madeira ser colocada ao ar ambiente para que atinja imediatamente o equilíbrio, podendo inchar até atingir a saturação das fibras. Uma peça de madeira colocada num ambiente de 60% de humidade relativa atinge rapidamente uma humidade que ronda os 12%.

Os processos de secagem da madeira são dois: artificial e natural. Este último melhor, contudo, mais caro, dado que exige grandes espaços de armazenagem e pode tardar meses a estar pronta a ser usada. A secagem artificial é mais precisa e mais rápida. Esta é feita em câmaras fechadas e ventiladas com temperatura e humidade controladas, extraindo-se a humidade da madeira até à humidade de equilíbrio que se prevê ser a necessária para uso posterior em mobiliário e carpintaria. Em Portugal, varia aproximadamente entre 8 e 12%.

A madeira e a folha de madeira são sensíveis ao meio ambiente, nomeadamente à radiação solar, à chuva, ao calor e ao frio.

Sobre esta característica falaremos no próximo artigo.

Share →