Tal como prometido, inicio hoje um conjunto de artigos que visam proporcionar aos leitores algumas sugestões que possam ajudar a tornar mais fácil a tarefa de preparação que cada um tem que executar para entrar no 4.0.

Somente falo, e falarei, de conteúdos que, na prática, têm servido com sucesso para executarmos a nossa empreitada no Grupo Lusoverniz. Assim mesmo, faço-o com a humildade de quem sabe que todos os dias tem sempre muito para aprender, consciente que a nossa abordagem não é universal, e que cada empresa tem que escolher o seu próprio caminho e resolver as suas dificuldades, sabendo que não existem duas realidades iguais.

A primeira grande mudança começa na cabeça do próprio empresário, por essa razão, existe um conjunto de reflexões a ser feitas, e às quais devem ser dadas respostas clarividentes e muito consistentes.

Se a organização que dirige depende muito da sua pessoa, algo está mal. Terá, por isso, que refletir sobre as razões que levaram a que tal aconteça. Anote-as no suporte que lhe parecer mais conveniente e reflita sobre elas durante alguns dias. Se precisar, recorra a especialistas que analisem a forma como está a orientar o seu tempo, bem como, a forma como centraliza as operações em si. Uma leitura dos 7º e do 8ª hábitos podem servir de ajuda.

Diagnosticado o problema, sugiro que tente resolver as suas causas. Se elas tiverem a ver com a falta de uma equipa capaz de o assessorar, será altura de empreender uma tarefa, quiçá das mais difíceis que encontrou até hoje em todo o seu percurso como empresário. Esforce-se por selecionar internamente, dentro dos seus quadros, ou através de contratação, uma equipa capaz de o substituir operacionalmente em qualquer momento, com a mesma eficiência que você mesmo produz.

Nunca é demais recordar aquilo que todos já sabemos: um líder empresarial deve poder apontar, permanentemente, a direção na qual a sua empresa deve seguir pois conhece o destino melhor do que ninguém. Para o fazer com a qualidade necessária, ele precisa de tempo disponível para analisar e perceber o contexto em que ela se move para, assim, poder desenhar o melhor mapa que permita percorrer o caminho com o mínimo de contrariedades e percas de tempo possíveis.

Acontece que este caminho, está, hoje em dia, cada vez mais íngreme e obstaculizado. A concorrência é cada vez maior, os clientes exigem encomendas cada vez mais pequenas com prazos de entrega mais curtos, a qualidade exigida é irrepreensível, não são admitidos erros. Por esta razão, e porque cada dia que passa a situação se agudizará mais, durante a caminhada é necessária uma equipa capaz e bem preparada. Este tipo de equipa não se pode adquirir ou contratar já montada, o empresário precisa de tempo para selecionar as pessoas, para as contratar se for o caso, e para a ensinar e ajudar a preparar de modo a que possam percorrer o caminho, usando o mapa desenhado.

De uma forma simples e recorrendo a uma linguagem mais universal, acabei de expor as duas coisas essenciais que sempre presidem ao funcionamento de qualquer organização seja ela grande ou pequena: a visão que impele a empresa numa determinada direção, e a missão que a complementa e que define o caminho, os mapas e as regras para o percorrer.

 

Tudo isso requer tempo, preparação e empenho do empresário que, para tal, tem que ter disponibilidade.

O principal desafio de hoje é o tempo de preparação. Ele é mais curto do que nunca pois a evolução das coisas é muito rápida. Nunca os ciclos de vida dos produtos novos foram tão curtos, nunca a concorrência foi tão grande, tão universal e tão rápida.

Os factos: se foi capaz e competente para criar a sua empresa e/ou continuar a que outros criaram de forma consistente e sustentável, já tem provas dadas. A questão agora resume-se a perceber se tem a habilidade e está disposto a desenvolver o esforço necessário para dar este novo salto com sucesso.

 

Continua…

José Ferraz

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