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“O software provocará grandes disrupções na maioria das indústrias tradicionais nos próximos 5 a 10 anos, a Uber é somente uma ferramenta de software, não possui carros e, no entanto, é a maior companhia de táxis do mundo. Da mesma forma, a Airbnb é hoje a maior companhia hoteleira do mundo e não possui um único hotel ou outras propriedades.
Os computadores ficarão exponencialmente melhores na sua capacidade de perceber o mundo. Este ano, um computador venceu o melhor jogador do mundo de GO, dez anos antes do que era esperado, e os carros elétricos irão ser comuns já em 2020.
As tradicionais empresas de carros estão, desesperadamente, a tentar aproximar-se da construção de um carro melhor enquanto que empresas como a Tesla, a Google e a Apple estão, de forma absolutamente revolucionária, a construir computadores sobre rodas.
Muitos engenheiros das tradicionais companhias de automóveis estão completamente aterrorizados com a Tesla.” Estas são algumas das afirmações feitas recentemente pelo CEO da Mercedes Benz.
Nesta entrevista, dada recentemente, ele antecipa a realidade do mundo nos próximos 10 anos, e preconiza as profundas mudanças da própria Mercedes e do seu posicionamento.
Ao lê-la, percebe-se de forma evidente e factual o grau de digitalização que a indústria de um modo geral já está a promover e, com ela, a necessidade de acelerarmos o processo de implementação Indústria 4.0 de que tenho vindo a falar.
A gestão comercial e a gestão de pessoas, que referi no artigo anterior, dependem de uma adequada e eficaz gestão de informação, fundamental também para todas as outras áreas de gestão da atividade.
À velocidade a que o mundo de hoje corre, uma adequada ferramenta de gestão de informação é o primeiro passo para a digitalização do negócio.
O conhecimento que a empresa usa na prossecução da sua atividade e que, constantemente, acrescenta à medida que vai melhorando, inovando e adaptando os seus processos e que constitui o know-how da organização, de pouco serve se não for rápida e adequadamente gerido.
A ferramenta que permite fazer essa gestão, é um software digital passível de ser acedido e usado com rapidez e eficácia por parte de todos os elementos da organização e restantes stakeholders. É uma ferramenta que deve possuir um layout amigável e passível de ser compreendido e usado por todos os utilizadores, independentemente da sua área de conhecimento ou especialidade. É uma ferramenta que deve ter um administrador que garanta a adequada organização e que facilite o requerido uso da informação.
SharePoint é o nome que os americanos lhe deram e trata-se de um centro de armazenamento e partilha de documentos e informações entre colegas, clientes e restantes agentes relacionados com a empresa.
A criação de um adequado sharepoint é essencial para começar a construção de um Business Intelligence, isto é, uma ferramenta de gestão integrada de informação, que agrega a informação interna e a informação externa, que permite à empresa um funcionamento mais célere e eficaz nas respostas a dar aos seus clientes diariamente. Uma ferramenta assim, também facilita muito a vida aos gestores da organização na tomada das decisões estratégicas que definem os caminhos que a organização deve percorrer.
A mudança de paradigma que a digitalização das empresas exige, está a ser, necessariamente, acompanhada de enormes exigências ao nível da disrupção e da capacidade de mudança. Equipas multidisciplinares com diferentes formações ao nível técnico são obrigadas a trabalhar em conjunto com o objetivo de produzirem com eficiência exigido valor.
Esse desafio exige dos seus elementos um conjunto de soft skills que permitam, entre outras, a possibilidade de criação de uma linguagem própria dentro do grupo, linguagem essa que por sua vez, permite às pessoas entenderem-se e, através desse entendimento, aumentarem a eficiência da produção.
Em resumo, a nova empresa exige muita informática e com ela a presença de informáticos, mas também de financeiros, de pessoas da produção, de profissionais do marketing e da comunicação e de gente da contabilidade e das vendas. Se entre estes elementos de tão diferentes áreas de conhecimento não for criada uma linguagem comum, ninguém se entende!
Continua…