Recordo o último parágrafo do anterior artigo:

“O principal desafio de hoje é o tempo de preparação. Ele é mais curto do que nunca pois a evolução das coisas é muito rápida. Nunca os ciclos de vida dos produtos novos foram tão curtos, nunca a concorrência foi tão grande, tão universal e tão rápida.”

Para fazer face a esta nova dinâmica, após ter escolhido a equipa capaz de poder acompanhá-lo, o empresário necessita de dedicar tempo à sua própria preparação. Pois acompanhar a variedade de competências da equipa formada, poder decidir relativamente às ações a implementar nos momentos chave e estabelecer as prioridades, exige de si competências que quiçá tenha que adquirir. Alguns exemplos: funcionamento do ciberespaço, automatização de processos produtivos com zero defeitos, sensorização, comunicação, monitorização, interoperabilidade de softwares e de sistemas computacionais, comunicação em rede, gestão do conhecimento interno da empresa e da sua relação com o mercado, comunicação mobile, internet das coisas, gestão e economia circular, etc. são conhecimentos e competências indispensáveis para podermos hoje entender de forma rápida e eficiente o funcionamento do mercado.

O gosto por aprender, bem como uma enorme humildade, são absolutamente essenciais para que esta aprendizagem seja possível. Quando falo em humildade refiro-me àquela, cujo sentido vem do latim humilitas, definida como a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência. Refiro-me, em concreto, à qualidade daqueles que não tentam projetar-se sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. Refiro-me à virtude que nos dá o sentimento exato do nosso bom senso ao avaliarmos a nossa pessoa em relação às outras acreditando nelas e nas suas capacidades. Ser perseverante, dedicado e acreditar nas capacidades dos colaboradores, levando-os a aprender e a alinharem-se com a estratégia da organização, servindo o seu propósito e aplicando nela as suas melhores e mais adequadas competências é essencial, não só para poder aprender e evoluir individualmente, mas também para poder levar a organização a ganhar a autoconfiança coletiva que lhe permite tomar, continuadamente, decisões certas diminuindo drasticamente as erradas.

Recordo aquilo que referi há três artigos atrás a propósito de sucesso:

Sucesso= Habilidade x Esforço

Muitos dos empresários foram bem-sucedidos nas suas organizações porque aplicaram grande esforço e dedicação às suas habilidades e com isso levaram as suas empresas ao sucesso, arrastando consigo os funcionários que os quiseram seguir. O Mercado de hoje muda tão rapidamente que cria nas empresas necessidade de pessoas que muito para lá de serem bons seguidores, devem ser capazes de fazer acontecer pois o empresário sozinho já não é suficiente.

Todas as grandes empresas começaram por ser pequenas. A maioria surgiu de uma ideia ou de uma necessidade pessoal e todas tiveram por trás um criador, normalmente um empreendedor, com uma grande capacidade de trabalho disposto a correr riscos catapultando a sua empresa rapidamente para a ribalta.

Hoje continua a ser necessário o mesmo arrojo e coragem para arrancar, mas cada vez mais é necessário constituir, logo no início, equipas multidisciplinares capazes de emprestar a capacidade de dar continuidade ao projeto.

O mundo está a mudar tanto e a uma tal velocidade que são necessárias novas competências para o acompanhar. Isso exige requalificação e novas competências nas pessoas e, por consequência, também dos próprios empresários.

Estar humildemente disposto a reaprender, em nada diminui a pessoa, pelo contrário, enaltece e dignifica o ser humano.

CONTINUA…

 

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