Independentemente da sua atividade, as empresas, hoje, competem na cena internacional. Não conheço nenhuma atividade que não tenha concorrência de outros países, até mesmo um bem não transacionável como a energia já tem concorrência estrangeira.

Com a internet das coisas, este cenário é ainda mais evidente, por essa razão, desenvolver competências 4.0 é inevitável. A realidade da maioria das empresas Portuguesas está ainda muito aquém do que é, minimamente, necessário para percorrer esta viagem. A boa notícia é que, feita a tomada de consciência, os Portugueses costumam ter uma habilidade rara para percorrer mais rapidamente novos caminhos. A vontade, a crença e a capacidade inventiva, “o improviso” que lhes é característico, são os drivers que os impulsionam para diante quando já ninguém mais parece acreditar que são capazes de lá chegar.

As principais competências centrais para iniciar a aventura 4.0 são:

Gestão (financeira, pessoas, produção, vendas, fiscal, administrativa, patrimonial…):

Na atividade empresarial, o aventureirismo já não produz valor e, se tal acontece esporadicamente, não tem qualquer tipo de sustentabilidade. O mercado, atualmente, oferece sistemas de gestão integrada absolutamente eficazes e baratos. Não se justifica que a empresa, independentemente do seu tamanho, não possua um em funcionamento.

Em resumo, um profissional competente em finanças, contabilidade, economia ou gestão e um ERP eficaz, são condição necessária para arrancar para o 4.0.

 

Qualidade, certificação, melhoria contínua:

A adoção de um Sistema de Gestão da Qualidade e a correspondente certificação, deve ser uma decisão estratégica e voluntária da organização. A penetração em novos mercados, ou manutenção dos existentes, o aumento da confiança, interna e externa, os adequados métodos de trabalho a reorganização da empresa, a contínua motivação dos colaboradores, o prestígio da empresa, o maior e mais adequado controlo dos custos de não qualidade, o aumento da satisfação dos clientes, o reconhecimento internacional e a possibilidade de ser incluído na lista de empresas líderes do mercado mundial, dependem da adoção de um sistema de gestão de qualidade. Nenhuma empresa pode aspirar a cumprir com o objetivo “zero defeitos” da indústria 4.0 se não tiver implementado um sistema de gestão de qualidade.

Formação contínua:

É impossível governar uma empresa que não acompanha o desenvolvimento do mercado num contexto em que a velocidade a que a informação circula permite o desenvolvimento muito acelerado de novos conhecimentos em qualquer empresa que tenha vontade e empenho em competir.

Independentemente do seu tamanho, uma empresa capaz de recolher e selecionar de forma adequada a informação que se encontra abundantemente disponível na internet, pode, em pouco tempo, e com poucos recursos, competir com pares de muito maior dimensão e com custos de estrutura muito mais pesados podendo habilitar-se a vencer as sucessivas batalhas de mercado que se lhe colocam pela frente, mesmo sem a notoriedade que a dimensão e os anos de relação com clientes parece assegurar às maiores e mais antigas estruturas.

Nunca, como hoje, sucumbiram tantas empresas. Segundo a S&P 500 a vida média das empresas passou de 64 anos nos anos 20 para 15 anos em 2014.

Implementar de imediato um sistema de formação contínua, capaz e bem articulado, é essencial para preparar a organização para as necessidades de conhecimento diversificado e continuado que a indústria 4.0 exige. Um sistema assim, é de tal forma dinâmico que encerra, em si mesmo, uma competência core da organização. Esta competência que consiste em ser capaz de questionar, constantemente, a forma como se faz e, consequentemente, poder encontrar caminhos para fazer melhor recorrendo a novos conhecimentos, que a levam a novas metodologias e processos de execução, permite à organização tornar-se hábil a melhorar continuamente o seu know-how.

Quebrar paradigmas e aceitar novos exige treino e uma atitude de mudança que desafia os individuos a perderem o medo de sair da sua zona de conforto. Esta é, em si mesmo, uma atitude que pode ser ensinada e treinada.

“Penso 99 vezes e nada descubro. Deixo de pensar, mergulho no silêncio, e eis que a verdade me é revelada. Albert Einstein.”

Continua…

 

Share →