A geração Millennium, também designada geração Y, sobre a qual escrevi anteriormente, constitui o conjunto de profissionais que destaco no encerramento deste capítulo de quatro artigos, destinado à modernização da formação dos profissionais portugueses. Faço-o, por me parecer que esta geração, constituída por pessoas que nasceram a partir de 1980, é aquela relativamente à qual existem diferenças mais acentuadas nas atitudes e nos comportamentos, nomeadamente, quando comparada com os profissionais da geração X que os antecederam, e com os quais têm agora, em conjunto, a responsabilidade de enfrentar a transformação que a formação dos profissionais atuais exige, por forma, a que estes se adaptem proficientemente às exigências do mundo novo, em acelerada mudança. Recentemente, um colaborador do grupo partilhou comigo um vídeo que achei muito didático, sobretudo, porque, na perspetiva de um profissional da geração Y, explica, na primeira pessoa, o que sentem e pensam as pessoas desta geração. Por considerar oportuno e pertinente no contexto dos artigos que tenho vindo a escrever e de grande interesse para reflexão, partilho-o com o leitor, destacando e comentando partes do que nele ouvi. Elevadas habilitações, narcisismo, dificuldade de foco, centrados em si próprios e muito difíceis de dirigir no contexto das empresas são as principais características apontadas, na primeira pessoa, por este jovem, que considera também ser esta geração, uma geração pouco feliz e permanentemente pouco realizada.Na procura das causas, refere que a Parentalidade, a Tecnologia, a Impaciência e o Meio-ambiente são responsáveis pelas características apontadas como típicas dos Millennium. Refere o jovem, que na realidade, a maior parte destas pessoas falhou a estratégia que os pais delinearam para elas. Por exemplo, disseram-lhe permanentemente que eram especiais, que podiam ter tudo o que quisessem da vida… Muitos deles fizeram parte do quadro de honra nas escolas, não porque quisessem, mas sim porque os pais se queixavam e o exigiram das escolas… Muitos deles receberam classificações máximas, não porque o merecessem, mas porque os professores não queriam estar a lidar com a contestação e a frustração dos pais…Muitos, em miúdos, tiveram medalhas de participação, mesmo chegando em último nas competições, simplesmente porque o modelo educativo que conhecemos é claro na interpretação: desvaloriza a medalha e a recompensa pelo trabalho árduo e pelo esforço desenvolvido, o que na realidade leva a pessoa, no final, a sentir-se envergonhada porque sabe que não merecia o prémio, ou seja, a que se sinta ainda pior.As consequências não podiam ser piores, pois quando este grupo de pessoas saídas das escolas ingressam no mundo do trabalho, afinal, o mundo real, descobrem subitamente que afinal não são especiais e que os pais ali não podem fazer com que sejam promovidos; que afinal não ganham nada por chegarem em último, e que, ao contrário do que lhes disseram sempre, não podem ser tudo o que quiserem na vida. Num instante, toda a imagem que têm de si próprios, todo o narcisismo e toda a autoestima cai por terra. Ficam arrasados! Temos assim, ao contrário das anteriores, uma geração inteira a crescer no trabalho com uma baixa autoestima, que leva os profissionais a sentirem-se inadaptados, inconstantes, incompreendidos, insatisfeitos e infelizes.Esta geração, do Facebook e Instagram, enfrenta ainda outro desafio…Sugiro a visualização atenta do vídeo que partilho convosco. Convido-os a descobrir o que pensam e o que sentem os Millennium.

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Para mim, enquanto empresário, não restam dúvidas. Temos um enorme desafio entre mãos se quisermos mudar o estado atual da preparação profissional dos nossos Jovens.Tenho também por certo que não podemos faze-lo sozinhos, é necessário um trabalho multidisciplinar de equipa. Este desafio, que constitui um desígnio nacional, exige a colaboração, a atenção e o empenho de todos: núcleos familiares, entidades estatais competentes, escolas, universidades e politécnicos…

 

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